
Como a grande a parte dos portugueses também eu conheço o Algarve há alguns anos, mas desta vez resolvi ver e viver o Algarve de bicicleta, de uma forma que nunca tinha feito. Com isso iria conseguir passear no cimo das falésias, nos longos areais e chegar a locais que não conhecia.
Iniciámos este passeio de bicicleta na ponta mais Ocidental do Algarve, em Sagres, porque prefiro pedalar no final do dia, com isso ter quase sempre o sol nas costas e conseguir ver tudo com maior nitidez.
Dia 1 - Sagres.
Sagres – Chegámos à hora do almoço, por isso optámos por fazer um pequeno tour nesta cidade, visitar a fortaleza, algumas praias junto da vila (Mareta e Baleeira) e ir visitar aquele que é possivelmente o melhor spot do Algarve para assistir ao sunset, a Praia da Castelejo, perto de Vila do Bispo.
Dia 2 – Sagres – Lagos (50 km).
Ao contrário do que é habitual acordámos cedo, tomámos o pequeno almoço e saímos para aquela que era a nossa primeira jornada destes dias no Algarve. Assim, logo pela manhã, tivemos tempo para visitar 2 praias ainda em Sagres, Martinhal e Rebolinhos, antes de seguir em direcção a Lagos.
A primeira paragem foi para visitar a Praia do Barranco, estava deserta, sem uma única pessoa, por isso aproveitámos aquela tranquilidade, refrescámos os pés e respirávamos o intenso, agradável e saudável cheiro a iodo.
Passámos também pela Praia da Ingrina e fizemos a segunda paragem foi numa praia que não conhecíamos - Zavial, uma praia linda, quase deserta, apenas estavam meia dúzia de pessoas. Tem um restaurante muito agradável, por isso resolvemos fazer uma pausa maior – aproveitamos para passear um pouco na areia, nadar, tirar algumas fotos e almoçar. Duas horas de intervalo sabem muito bem!
Era tempo de rumar mais para Leste e visitar mais algumas praias que para nós eram desconhecidas, a das Furnas, Salema e Burgau, antes de chegarmos à famosa e muito turística Praia da Luz.
Até Lagos faltavam apenas 15 quilómetros, queríamos visitar a Ponta da Piedade e acabar na Praia Dona Ana para mergulhar e nadar naquelas águas, algo retemperador depois de um dia tão completo.
Dia 3 – Lagos.
Embora tenha sofrido alterações devido ao aumento do número de turistas, Lagos conseguiu manter muito da sua identidade, conserva as antigas ruas, casas e lojas, conserva muito da sua identidade. Porque aqui temos amigos e família que não víamos há muito tempo, por isso resolvemos ficar um dia.
Mesmo em períodos de ‘’época baixa/média’’ há animação e algum movimento. Para além das praias há bares e restaurantes foi um dia que passou muito depressa, mas se és guloso há uma coisa que tens que fazer nesta cidade, provar os doces tradicionais do Algarve. O D. Rodrigo é o mais conhecido, mas tem uma vasta escolha de doces feitos com amêndoa, ovos, figos e alfarroba.
Dia 4 – Lagos - Alvor – Rocha (35 km).
Entre Lagos e Alvor existe um enorme areal, cerca de 10 km, que apenas é cortado a meio do caminho para dar entrada no mar às águas de um pequeno rio. Este rio obriga-nos a fazer um desvio e por isso o percurso é maior, mas se o rio provoca este inconveniente, por outro lado dá lugar a uma paisagem diferente e um ecossistema único. Para que toda esta zona possa ser visitada foi feito o maior passadiço do Algarve, sobre o qual um passeio de bicicleta se torna maravilhoso.
O Alvor tem também uma pequena vila, onde fazer uma paragem para beber uma cerveja é obrigatório.
Daqui seguimos caminho para a Praia da Rocha, um local que não gosto muito (tem excesso de construção, prédios e pessoas), mas que tem muitas locais onde dormir.
Dia 5 – Rocha – Carvoeiro – Armação de Pera (60 km).
Hoje era o dia de visitar a zona do Algarve que conheço melhor (Carvoeiro e Armação de Pera), durante muitos anos fiz férias nesta área. Há muitos anos (talvez 25) que não passava aqui, por essa razão estava curioso para ver o que tinha mudado e também feliz por ter a possibilidade de rever locais que me deixaram muitas e boas recordações.
O Carvoeiro era uma pequena vila de pescadores, mas actualmente, como toda esta região, está mais vocacionado para o turismo. Tem pequenas praias, todas maravilhosas, no fundo de rochedos enormes que fazem centenas de grutas e nas quais ao longo dos anos, por força da erosão, provocada pelo vento e pelo mar, foram esculpidas autênticas obras de arte. Tal como a Ponta da Piedade (perto de Lagos), este é o local ideal para fazeres um passeio de barco.
Ao contrário do normal, hoje o mar tinha muitas ondas e optámos por não fazer um passeio de barco (era impossível visitar as grutas), por isso continuámos de bicicleta a visitar as praias desta zona e visitámos as grutas do Algar Seco e de Benagil.
Coloco aqui a lista de praias que visitámos e que merecem ser vistas:
Praia Carvoeiro
Algar Seco
Centeanes
Benagil
Marinha
Malhada do Baraço
Albandeira
Senhora da Rocha
Depois de percorrer todas estas praias chegámos à vila de Armação de Pera, que há muitos anos era uma vila piscatória muito bonita, mas que actualmente é um amontoado de torres, apartamentos e hotéis.
Dia 6 – Armação de Pêra – Albufeira (20 km).
Este era o nosso último dia, faltava-nos ainda fazer alguns quilómetros para chegar à estação de comboio pra depois regressarmos a Lisboa.
Acordámos cedo, tivemos muita sorte, a maré estava baixa e por essa razão pudemos fazer os primeiros 10 km num extenso areal que começa em Armação de Pera e acaba na Galé.
Depois disso visitámos a Praia de São Rafael que também é muito bonita e famosa vila de Albufeira onde almoçámos e demos por terminado este tour.
Durante estes dias, sem pressas, com tranquilidade e tempo para tudo, pedalar, ir á praia, comer, beber e encontrar amigos percorremos metade da costa do Algarve.
É um programa maravilhoso, acessível e que te permite conhecer metade desta costa.
Fica o desejo de um dia mais tarde, possivelmente no final do Verão, regressarmos ao Algarve para fazer a outra metade, entre Albufeira e Vila Real.